Quando falamos em ciência, dificilmente observamos um método como perfeito e infalível. E quando o assunto é saúde, obviamente isso não é diferente. Assim, não é raro encontramos verdadeiros debates sobre uma técnica, um método, um alimento, ou tipo de treino que poderia trazer melhores resultados que outro, ou mesmo contraindicando algum tipo de exercício, medicamento, ingrediente por trazer malefícios à saúde. Esses debates são sadios, e movem a ciência a sempre buscar o melhor caminho. O problema ocorre quando isso foge totalmente ao que é científico e fica meramente baseado em "achismos".
Nas redes sociais, é bem fácil encontrar verdadeiras armadilhas. Recentemente, um grande vilão da nutrição parece ser o leite. Ver o diabo encarnado parece ser mais vantagem que beber um copo de leite. E os textões na internet se multiplicam com cada história digna de filmes de terror dos bem elaborados. Um pânico desnecessário e infundado, quando se analisa com mais calma os fundamentos realmente científicos sobre os benefícios ou as desvantagens da ingestão de qualquer tipo de alimento.
O mesmo tem acontecido na área da Educação Física. Hoje é possível acompanhar grandes profissionais que postam suas produções de pesquisas na rede e vez por outra nem sempre são ideias convergentes. Mas como vivemos num momento turbulento de nossa história, onde os assuntos são tratados com extremismo e pouca capacidade de assimilação de ideias contrárias, muitas pessoas preferem tomar partido de um ou outro lado e satanizar o "opositor", tal como na política, tal como no futebol. HIIT é melhor que Aeróbico contínuo? Agachamento é melhor que Flexão de joelhos? Exercícios isolados para pequenos músculos são inúteis? Zumba emagrece mais que crossfit? Enfim... cada lado que faça sua afirmação e deseje o fim daquilo com o qual ele não concorde.
Qual minha posição sobre essas questões? Que tal se eu ficar em cima do muro? Sim, uma resposta bem política, nem por isso, impensada. Pois, nesses casos acima (e em vários outros) não há um lado absolutamente correto. Talvez exista, sim, uma alternativa que traga resultados mais visíveis e mais rápidos, ou que sejam mais práticos de utilizar em determinado grupo ou ambiente, mas certamente, todos eles são capazes de trazer algum resultado, bastando analisar melhor o contexto inserido.
Eu não vim trazer respostas nesse texto, apenas alertar. Antes de confiar 100% num textão de internet, verifique de onde parte, quem é a fonte da informação e se a pessoa possui qualificação para tratar de determinado assunto. Procure sempre uma segunda opinião com outros profissionais. Duvide, e questione de qualquer resposta radical. E entenda, finalmente, que o profissional que te acompanha, tem a possibilidade de compreender melhor como seu corpo reage, do que quem trás opiniões de longe.
Bons treinos!
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