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Recursos estéticos: Vale tudo?

Na última semana viralizou um vídeo de uma moça numa praia brasileira em que o seu glúteo chamava a atenção. Embora a qualidade da imagem não fosse das melhores, a moça aparentemente jovem apresentava um corpo trabalhado possivelmente por recursos cirúrgicos e outras ajudinhas externas para modelar suas formas.


Até aí, dificilmente encontraríamos maiores problemas. Afinal, o Brasil sempre se destacou por seu apelo à estética, especialmente em se tratando de corpos femininos. Empresas do ramo e clínicas cirúrgicas ganham muito dinheiro por essas bandas por conta disso. A questão fica bem mais complicada quando percebemos que a moça do vídeo apresentava um glúteo claramente desproporcional ao restante de seu corpo. Não vamos abusar da imagem aqui, mas enfatize o quanto puder a palavra desproporcional, porque, sim, era o que acontecia.


O tribunal da Internet obviamente não perdeu a oportunidade de julgar e criar uma infinidade de memes. Mas situações como essa costumam fomentar debates que aparecem a tona em ciclos, e nunca são aprofundados como deveriam. Infelizmente, em busca de um ideal de beleza, muitas pessoas recorrer a recursos por vezes até maléficos à saúde (você já deve ter visto, vários casos como bíceps cheios de óleo e as marcas que isso acaba deixando).


Talvez devêssemos falar mais sobre transtornos de imagem, suas causas e consequências. Uma maior orientação às pessoas, no sentido de frear impulsos quanto ao apelo estético, uma maior compreensão do próprio corpo e seus limites naturais, e compreensão do corpo do outro como diferente do meu, e como tal, com limites e potenciais também distintos, impedindo-me de espelhar tal e qual.


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(abaixo trecho de post sobre temática semelhante, abordado em 2009, no antigo blog, realizado após uma reportagem de um jornal sobre a venda de anabolizantes)


Vivemos numa sociedade consumista e controversa no que se refere a valores. Em busca do ideal de CORPO PERFEITO e belo, difundido pelos meios de comunicação e algumas vezes até EXIGIDO em postos de trabalho, muitas pessoas tem recorrido ao uso dos mais diferentes artifícios, dentre esses, os anabolizantes. Drogas que geralmente são usadas em tratamentos hormonais e/ou de doenças crônicas (ou pior: drogas de uso VETERINÁRIO!!!), vendidas de modo, até certo ponto fácil, no mercado negro. Por mais lamentável que seja, muitas vezes com profissionais da área fazendo o intermédio, ferindo TODOS os preceitos éticos e legais da profissão, em busca do lucro fácil e rápido. Apesar de a LEI existir, a fiscalização é INEFICAZ, põem-se, assim, vidas humanas em risco.


Em boa parte dos casos são os jovens (tanto homens quanto mulheres) que, frequentemente, impulsionados pela “pressa” característica da faixa etária, gastam bastante com tais drogas (e são sim bem caras!) para alcançar seus objetivos no mais curto prazo (como uma “redução de medidas acentuada”, ou ao contrário, o “ganho exagerado de massa muscular”). Exemplos de ATLETAS que obtiveram resultados muito positivos e que, posteriormente, confirmou-se ter-se utilizado dos recursos ilícitos para tais conquistas parecem ter mais impacto nestas pessoas que os casos de leigos e até mesmo ATLETAS (mesmo com orientação, equipe “qualificada” e poder financeiro) que tiveram sérias sequelas ou mesmo chegaram a falecer em decorrência direta ou indireta disso.


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É um tema que merece maior discussão entre profissionais de saúde e estética. E, sobretudo aos indivíduos, a busca por melhor orientação e profissionais sérios e qualificados que possam orientar de forma honesta e consciente o melhor caminho em busca dos objetivos. Afinal, não há mal nenhum em buscar um ideal de corpo bonito (e esse conceito é muito individual). O problema que devemos evitar é evitar a quebra do equilíbrio entre a busca por melhoria e uma deturpação da autoimagem, que leva a extrapolação para limites não saudáveis.

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