Como sabemos, o ser humano foi projetado para o movimento. Nossos ancestrais, para sua própria sobrevivência, necessitavam se deslocar, correr, saltar, lançar, trepar tanto para buscar alimento como para fugir de predadores. Naturalmente, dotados de um cérebro capaz de criar, evoluímos em busca de poupar energia e facilitar nossa vida, sempre tão atribulada. Mas pagamos o preço. Nos acomodamos. E estamos adoecendo.
Diversas das doenças crônicas não-trasmissíveis (DCNT's), que a maior parte de nossa população enfrenta nos dias de hoje, têm suas causas nessa mudança drástica que proporcionamos em nosso cotidiano, reduzindo drasticamente nossos níveis de atividade física, aliado a uma alimentação cada vez mais fast e mais fat.
Precisamos voltar a nos mexer. Acordar pra a necessidade de termos uma vida mais ativa novamente é fundamental para que não sejamos uma população inteira dependente de fármacos para sobreviver. E quando falamos em voltar a ser ativos, não tratamos exatamente de ir a uma academia por 40 minutos e retomar a rotina sedentária do resto do dia. óbvio que fazer isso é muito válido, melhor que nada, realmente. Mas vamos precisar ir mais além, afinal, nunca se procurou tanto pelas academias e outras práticas do ramo fitness assemelhadas, porém permanecemos sedentários em demasia, e os índices de DCNT's cada vez maiores. É de mudança de hábitos que estamos falando: Voltar a caminhar, pedalar, fazer tarefas domésticas e limitar nosso tempo de sofá, TV, computador e celular.
Difícil? Sem dúvida. Nos habituamos a essas comodidades e não devemos mesmo deixá-las em segundo plano, mas precisamos evitar que tais tecnologias e facilidades dominem nossa mente e nossa vida completamente.
Um primeiro passo nessa batalha é voltar a caminhar.
E podemos usar essas tecnologias a nosso favor. Os smartphones e relógios inteligentes (smartwatches) possuem inúmeros aplicativos de monitoramento de atividades físicas bastante precisos para medição de caminhada/corrida (com métricas variadas de frequencia cardíaca, contagem de passos, distância, GPS, etc) que podem servir como aliados e motivadores.
Estabeleceu-se um número "mágico" de 10 mil passos diários como ideal para manutenção da saúde e combate a DCNT's. Mas para dar os primeiros passos rumo a mudança permanente de hábitos por uma vida mais saudável, pode ser bem mais efetivo (e seguro, considerando-se que seja iniciante) utilizar o próprio desempenho como parâmetro e desafiar-se a superar-se gradativamente. Com tempo e paciência pode-se chegar aos 10 mil passos ou mais.
A caminhada é a mais natural, simples e básica das atividades físicas que praticamos durante toda a nossa existência. Para praticá-la não necessitamos de cuidados tão acentuados na maior parte das vezes, é de graça, pratica-se em qualquer lugar (mesmo em casa), independe de orientação sofisticada com profissionais (embora, se houver, pode auxiliar a evoluir com maior eficiência).
Ir ao trabalho ou escola a pé, usando mais o transporte público, frequentar parques e praças nos momentos de lazer, ir às compras, fazer feira, passear com o cachorro são atitudes que devemos manter ou re-adotar urgentemente. Muitas dessas ativiadades acabamos delegando a terceiros, aderindo a aplicativos visando ganhar tmepo. Mas ganhar tempo e perder saúde não deve ser uma opção.
Nossas cidades ainda têm fatores desistimulantes como insegurança e falta de estrutura (calçadas deterioradas, iluminação deficitária, ausência de espaços de lazer) e que devem ser cobradas das autoridades competentes para tal, afinal esses espaços são públicos e direito nosso. Além disso o acesso a informação é fundamental. Você, leitor, tem o privilégio de ter a informação como essa ao seu alcance por meio da internet e precisa, na medida do possível fazer sua parte na replicação da informação e na luta por uma educação de qualidade à toda população.
Um povo mais consciente sobre sua saúde, mais facilmente adotará hábitos saudáveis de forma duradoura. Mexa-se hoje, dê exemplo e arraste!
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