Costumo dizer às pessoas que quem não busca a atividade física por hábito, por prazer, cedo ou tarde terá de procurá-la por necessidade, uma vez que o exercício além de capaz de promover saúde, é ainda indispensável no tratamento de diversas doenças crônicas e degenerativas.
Alguns órgãos governamentais começam a tratar o sedentarismo com maior seriedade observando o impacto econômico resultante das doenças e agravos relacionados à inatividade física. Uma população adoecida produz menos, se ausenta demais do trabalho, é mais dependente de médicos, medicamentos e susceptível a internações e cirurgias. No Brasil, estima-se que cerca de 1 bilhão de dólares seriam economizados caso o sedentarismo fosse reduzido em 50%(1).
Embora exista uma recomendação padrão proposta pela OMS de 150 minutos de atividade física moderada por semana como suficientes para gerar benefícios em saúde, a própria Organização Mundial de Saúde reconhecendo a dificuldade das pessoas em alcançar essa meta flexibilizou esse número para 75 minutos semanais numa intensidade mais vigorosa, para alcançar os mesmos benefícios(2).
Ainda assim, essa 'dosagem' parece longe de ser seguida à risca. Como a gestão do tempo parece ser um grande entrave para aderência à pratica regular do exercício físico, diversas outras alternativas tem surgido e vem sendo estudadas trazendo resultados favoráveis para a saúde, como os treinos intervalados de alta intensidade(3), cujas sessões duram 4, 7, 12 minutos, além de opções de fracionar o treino em pequenas sessões ao longo do dia. Tudo isso aliado a iniciativas voltadas para adoção de hábitos de vida saudáveis, envolvendo atividades física, gasto energético e reeducação alimentar.
Nesse sentido, tem surgido experiências bastante exitosas estimulando a população para hábitos saudáveis, como os circuitos de corrida e bike, as ciclovias e ciclofaixas, a criação de espaços de lazer itinerantes, requalificação de espaços públicos, as academias públicas ao ar livre e programas públicos de atividade física (Academia da Saúde, CuritibAtiva, Programa Academia da Cidade, para citar alguns).
As tecnologias tem acompanhado essa tendência e inúmeros tem sido aos aplicativos que surgem voltados para exercício físico, personal trainer e nutricionista online, etc. Vale consultar e se informar com profissionais sobre a qualidade e utilidade dos mesmos. Uma experiencia bastante interessante em Londres resultou na criação de um app (Active10), ao observar que apenas 10 minutos de uma caminhada rápida eram capazes de proporcionar resultados satisfatórios na condição de saúde.
Empresas privadas, também de olho na saúde e produtividade de seus funcionários também tem embarcado nessa tendência e hoje vão além daquela ginastica laboral muitas vezes mal conduzida e tampouco valorizada pelo empregado. Empresas tem investido na criação de espaços fitness, tem realizado parcerias com academias, tem incentivado e recompensado pelo não uso do carro, perda de peso, ou alcance de metas relacionadas a hábitos saudáveis(4,5).
Muitas vezes tais iniciativas partem dos próprios funcionários. E são ideias interessantes, que se acompanhadas por profissionais podem ter resultados bastante animadores, além de fatores como integração, motivação, e reconhecimento da empresa, estimulam os empregados e melhoram a imagem da companhia. O mesmo tem ocorrido em condomínios residenciais, e a existência de espaços fitness, academias, áreas de lazer e quadras esportivas acabam por ser diferencias importantes na hora de realizar a compra do imóvel(6,7).
Toda iniciativa em busca de recuperamos o status de seres fisicamente ativos devem ser valorizadas e melhor exploradas. As opções tem sido cada vez mais variadas e flexíveis para ambientes diversos, cabe as organizações, instituições e entidades interessadas escolher a que melhor se adequar, e, assim, será possível retomar patamares mais saudáveis para a população. REF: (1) BUENO, D.R.et al. Os custos da inatividade física no mundo:estudo de revisão. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2016, vol.21, n.4, pp.1001-1010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232016000401001&script=sci_abstract&tlng=pt (2) Recomendações da OMS dos níveis de atividade física para todas as faixas etárias. Disponível em: http://www.saude.br/index.php/articles/84-atividade-fisica/229-recomendacoes-da-oms-dos-niveis-de-atividade-fisica-para-todas-as-faixas-etarias (3) DEL VECCHIO, F. B. et al. Aplicações do exercício intermitente de alta intensidade na síndrome metabólica. Rev. Bras. At Fís. e saúde. V18, n.6, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/RBAFS/article/view/3302/pdf129 (4) Empresas incentivam a prática de atividades físicas http://www.maisequilibrio.com.br/fitness/empresas-incentivam-a-pratica-de-atividade-fisica-3-1-2-128.html (5) Funcionários de empresa chinesa ganham recompensa por perder peso. http://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2017/05/funcionarios-de-empresa-chinesa-ganham-recompensa-por-perder-peso.shtml (6) Cresce importância do fitness nos condomínios... http://www.direcionalcondominios.com.br/sindicos/materias/item/2089-cresce-importancia-do-fitness-no-condominio-sindicos-apostam-na-revitalizacao-das-academias.html (7) Cresce a prática de exercícios em academias de condomínios http://odia.ig.com.br/imoveis/2017-06-04/cresce-a-pratica-de-exercicios-em-academias-de-condominios.html
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