Frase muito comum que os profissionais de educação física e nutricionistas ouvem no seu dia a dia. Quando é recomendada alguma dieta mais restritiva a alguém, não é raro ouvir: "Mas eu já não como quase nada, por que não emagreço?!", "Eu não tomo café da manhã, como pouco no almoço, quase nada no jantar e ainda continuo ganhando peso", "Só faço 3 refeições leves e não consigo perder peso" e outras tantas variações do mesmo assunto. E é só analisar essas afirmações e de cara observamos o mesmo e recorrente deslize: Boicotar refeições.
Não é à toa que cerca de 60% dos brasileiros já estão acima do peso (segundo o Ministério da Saúde), mesmo que as informações e acesso às praticas saudáveis sejam crescentes. É necessário compreender primeiro que esses indesejáveis quilos a mais não aparecem repentinamente, tampouco sumirão num passe de mágica. E é o que a maioria quer: resultados rápidos. Ah! E promessas não faltam nas redes sociais, revistas, jornais e TV. E mesmo quando aparece algum resultado num curto prazo, não demora muito e esse milagre vai ralo abaixo pois não são resultados consistentes e duradouros (e como é perigoso esse efeito sanfona!)
Por mais que as informações já estejam razoavelmente difundidas, há ainda uma cara de estranhamento das pessoas quando o nutricionista pede que a pessoa que quer emagrecer faça seis refeições por dia. "Quero perder peso e ele me manda comer mais?". Talvez a forma de solicitar isso ao seu paciente não tenha sido a mais adequada, ou fácil de compreender. Mas o fato é que o processo de emagrecimento não é simples, envolve fatores bastante variados e complexos e um desses é o fator psicológico, esse leva o indivíduo a exagerar ou fazer restrições muito severas em seus hábitos, com resultados desastrosos! Restrições muito severas na alimentação trazem sérios riscos à saúde devido à carência de nutrientes essenciais ao nosso organismo.
Nosso corpo é econômico e facilmente adaptável, se você não come, naturalmente seu organismo se vê em risco e vai estocar o pouco que você comer para não passar por apuros novamente. Nossa máquina precisa de energia, e comer faz parte desse processo. Deixar a máquina constantemente trabalhando também nos faz gastar alguma energia, então aumente a frequência de suas refeições (obviamente você não deve comer muito a cada refeição e será difícil que o faça, mesmo) e inclua uma rotina de treinos que te faça aumentar ainda mais esse gasto energético (ganhe músculos, músculos também consomem energia!) e durma bem (também consumimos energia no nosso repouso).
E quanto aos exercícios: bem, esqueça aqueles aparelhos milagrosos que transformam barrigas enormes em tanquinhos! Seu professor terá certamente melhores e mais variadas opções, tudo com um planejamento e prazo adequados. A parte boa é que praticamente toda prática de atividade física regular pode te trazer resultados positivos. Seja a musculação, a corrida, o treinamento funcional, um esporte. Só não ache que apenas abdominais resolvem o problema.
A parte mais difícil é certamente fazer disso um hábito. Não queria apenas perder seus 10kg extras e voltar a fazer tudo como antes (de que isso vai adiantar?). Adote os hábitos saudáveis definitivamente, sem exageros ou paranoias.
Esteja sempre orientado por profissionais (médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física) e não pelos gurus da mídia. O profissional que te acompanha te conhece e saberá o que funcionará para você.
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